terça-feira, 1 de maio de 2012

Escola - um espaço de novas ideias


A Escola é o espaço privilegiado onde as novas ideias encontram condições para florescer.


A assertividade das afirmações radica no reconhecimento do estatuto do novo e na intrínseca relação de dependência dos contextos mais ou menos favoráveis ao seu florescimento; carregadas de um valor de verdade, as afirmações não incluem outra autoridade senão a que deve ser reconhecida a todos os elementos desta comunidade educativa. Só a ânsia, ou até mesmo a nostalgia de absoluto, explicariam a sua natureza axiomática, o que revelaria alheamento dos múltiplos condicionalismos que, naturalmente, qualquer mudança tem de enfrentar, ao constituir-se processo dinamizado por indivíduos atentos, críticos, exigentes e, por conseguinte, por agentes empenhados numa participação activa, indispensável à mudança liderada pela actual Direcção da nossa escola, seguramente consciente de quão determinante é a valorização das múltiplas leituras da realidade  que, assumidas por todos, serão já sinónimo de  acção.

Defender o novo pressupõe reconhecer a importância de tudo o que o antecedeu, pressupõe a valorização do que não perdeu a actualidade e a pertinência. Também a dos que fizeram a anterioridade, mas pressupõe igualmente a determinação e a frontalidade necessárias à concretização de objectivos que se afirmam como um desafio, como um novo empreendimento a reclamar experiências e saberes adquiridos, para prosseguir viagem com a escola que é a nossa e que é, simultaneamente, produto e reflexo dos tempos convulsivos que atravessa o ensino em Portugal. Queiramos ou não, a Escola é o espaço para onde, de forma crua e (im)previsível, a sociedade presente e futura converge, carregada de diversidades que nos exigem uma preparação, preparação  que deixa sempre escapar  qualquer inusitada situação  a que não sabemos, ou não somos capazes de responder adequadamente. Na verdade, a diversidade não é, em si, necessariamente boa ou má; cada vez mais exuberante nas nossas escolas, ela exige de todos a capacidade de potencializar o que tem de bom e a de ousar mudar o que tem de mau, ou de menos bom, convocando para aqui um eufemismo que, hipoteticamente, iluminará, ainda que metaforicamente, a realidade cujos contornos se revelam densos. Disse metaforicamente, sim. As metáforas dizem muito. Os números, também, claro! E não haverá números que são mais metafóricos que as verdadeiras metáforas? Sim. Alguns são verdadeiras hipérboles, outros inequívocas sinédoques. O que se pretende provocar com esta brevíssima incursão por territórios estético-estilísticos é o diálogo, o verdadeiro diálogo sem o qual toda a mudança e toda a novidade não serão mais do que simples arremedos, o “diálogo construtivo”, expressão que, de tão repetida e inconsequente em tantas situações, parece ter-se esvaziado dos seus mais nobres e desejáveis propósitos. Que a humanidade da nossa escola possa exercer com propriedade o sentido primordial da expressão; que saiba questionar, na convicção de que todos estamos sujeitos à mesma mudança e à mesma observação, rumo a uma sabedoria que encontrará sempre, inexoravelmente, uma realidade múltipla e contraditória, eis os valores da ancoragem das minhas expectativas. Que das diferenças e da multiplicidade das vozes e dos actos que as dizem se saiba amplificar e consolidar a mudança, evitando cristalizações, eis o que desejamos. Eu desejo. Acredito que seja de usar a primeira pessoa do plural.



                                                                                                    Ana Blazer

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